Parte das lagartas coletadas, suspeitas de serem a Helicoverpa armigera, estavam infectadas por nematoides ou atacadas por parasitoides. A presença desses inimigos naturais, tanto dos nematoides como dos parasitoides, é muito importante para o equilíbrio da lavoura, à medida que a safra vai se desenvolvendo, pois com um manejo adequado, a tendência é das populações de inimigos naturais crescerem. É por isso que estamos reforçando a orientação para que o produtor monitore suas lavouras, tenha critérios para a decisão de controle e não aplique inseticidas indiscriminadamente sejam eles biológicos ou químicos. Em algum momento, que ainda não sabemos exatamente como funciona, a lagarta é infectada por esse nematoide, que não é o mesmo que ataca as raízes das plantas.
Os pesquisadores da Embrapa são cautelosos em relação ao desenvolvimento da safra e garantem que, sem a ação dos inimigos naturais, a situação pode ser muito pior no campo. “Nas áreas onde há um desequilíbrio, a ocorrência de pragas é muito maior, por isso a existência de inimigos naturais é importante e sua preservação é essencial, pois ajuda a manter as populações de pragas abaixo do nível de ação e retarda a ocorrência de resistência da praga a produtos químicos”
Os parasitoides encontrados são principalmente moscas da família Tachinidae, que se desenvolvem no interior da lagarta e, ao completar seu desenvolvimento, matam o inseto promovendo um controle natural da praga.
É necessário rever as estratégias de controle e ter uma visão mais ampliada do sistema de produção. Temos assistido pragas migrarem de uma cultura para outra, índices crescentes de insetos com resistência a produtos químicos, pragas secundárias se tornando um problema crítico. Não há outro caminho a não ser uma mudança profunda de postura. O controle de pragas tem que ser feito a partir de recomendações do manejo de integrado de pragas, ou seja, a partir do monitoramento e da evolução de sua ocorrência e, nunca, de forma calendarizada